sábado

AVANCANDO NA PRATICA - UNIDADE - 14 da TP 4

O PROCESSO DE LEITURA
Atividades desenvolvidas com os alunos do sexto ano, turma B, do Colégio Estadual Coqueiro em Luziânia/GO.
Como atividade de pré-leitura, foi apresentado aos alunos apenas o título do poema "Cidadezinha qualquer" de Carlos Drumonnd de Andrade.
Questionados quanto ao sentido do título, os alunos afirmaram que trata-se de uma “cidade pequena", "insignificante", "não tem muitas diversões", "sem graça", "é pacata", entre outros comentários.
Após os relatos/opiniões em relação ao tema foi solicitado que redigissem um texto usando suas suposições em relação ao tema.
Após as produções estarem prontas foi entregue a cada aluno uma copia do poema "Cidadezinha qualquer para que fizessem a comparação entre o original e a produzida, alguns alunos se surpreenderam com as descrições do escritor. Eles realizaram alguns comentários sobre o desfecho do poema:” eu nunca imaginava isso", "estava na cara e eu não descobri", entre outros.
Foi realizado a exploração das idéias apresentadas em cada verso relacionando-as ao título. Os alunos também conheceram a biografia do autor do poema.
Após a compreensão do poema, foi apresentado outros textos sobre o tema cidade, entre eles: "Paraíso" de José Paulo Paes, "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias e "Cidadezinha" de Mário Quintana.
A partir das leituras e debates feitos dos textos, os alunos perceberam como os autores escrevem sobre o tema cidade. Nessa etapa, foram instigados a pensar, a refletir sobre a cidade onde moram, aspectos positivos e negativos.
Para finalizar a atividade, os alunos produziram poemas sobre a cidade onde moram.
O trabalho com o poema teve êxito já que o imaginário foi despertado e os alunos escreveram de maneira livre e tinham afinidades com esse gênero textual.
O trabalho com esse tema oportunizou momentos para despertar nos alunos olhares sobre as paisagens, os ambientes, os modos de vida em nossas cidades. E ainda, a cidade que temos, a cidade que queremos.
Além de desenvolver habilidades de leitura e escrita, os alunos puderam refletir sobre o lugar onde vivem. Foi também um momento oportuno para superar dificuldades na criação de poemas.

Paraíso

Se esta rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóveis matar gente,
mas para criança brincar.
Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?
Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Joguem esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.
Se este mundo fosse meu,
Eu fazia tantas mudanças
Que ele seria um paraíso
De bichos, plantas e crianças.
Em Paes, José Paulo. Poemas para brincar. Ática, 1990.


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Primeiros cantos (1847)

CIDADEZINHA CHEIA DE GRAÇA

Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...

Eu que de longe venho perdido
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida pode morar!
Cidadezinha...tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...

De
A Rua dos Cataventos
Mario Quintana


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