segunda-feira

TP - 4

Reflexão - Letramento



Letramento: conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito. HOUAISS, 2004
Alfabetização: é um processo dentro do letramento e, segundo Magda Soares, é a ação de ensinar/aprender a ler e a escrever.
De acordo com esses dois conceitos um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Portanto, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, respondendo adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. Esse uso se dá a partir da convivência dos indivíduos (crianças, adultos), com materiais escritos disponíveis - livros, revistas, cartazes, rótulos de embalagens e outros. Esse processo acontece pela mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos criados em sociedade.
O letramento sempre será o fator determinante de uma boa alfabetização, sem grandes entraves e conflitos, portanto o aluno precisa, antes de qualquer método eficaz de alfabetização, de uma amostragem rica em variedade de discursos nos mais variados gêneros e tipos textuais.



UNIDADE 4 da TP 1





Reflexão 3 - Intertextualidade


Intertextualidade significa relação entre textos. Onde cada texto, constitui uma proposta de significação não totalmente construída.
A intertextualidade está ligada ao “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado entre criador e interlocutor, isto é, deve ser familiar tanto ao criador/produtor como ao receptor/interlocutor de textos. Pressupondo a ambos, um conhecimento cultural vasto e complexo, pois requer do produtor a identificação e conhecimento de variados tipos de obras ou de textos conhecidos, e do interlocutor um nível de interpretação solido capaz de captar a função e o destino de tal obra.
Filmes que retomam filmes, quadros que dialogam com outros, propagandas que se utilizam do discurso artístico, poemas escritos com versos alheios, romances que se apropriam de formas musicais, tudo isso são textos em diálogo com outros textos. Tudo isso é intertextualidade.

Tipos de intertextualidade:

-> Epígrafe - constitui uma escrita introdutória a outra.

-> Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas.

-> Paráfrase - é a reprodução do texto do outro com a palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois o autor deixa claro sua intenção e a fonte.

-> Paródia - é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, (também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche. Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes. Na literatura a paródia é um processo de intertextualização, com a finalidade de desconstruir ou reconstruir um texto.

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá."
(Canção do exílio - Gonçalves Dias)

A paródia de Oswald de Andrade:

"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá"

-> Pastiche - definido como obra literária ou artística em que se imita grosseiramente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc. O pastiche pode ser plágio, por isso tem sentido pejorativo, ou é uma recorrência a um gênero. Modernamente, o pastiche pode ser visto como uma espécie de colagem ou montagem.

Ex.: o romance Em Liberdade, de Silviano Santiago, pastiche do estilo de Graciliano Ramos.

-> Tradução - implica na recriação de um texto.

-> Referência e alusão - Palavra, frase que evoca pessoa, coisa ou fato sem nomeá-lo diretamente. Referência vaga e indireta.

"Provavelmente não vou fazer isso porque para onde vou, sempre acabo no mesmo lugar, em 'Lonely Avenue'", acrescentou, fazendo alusão a uma de suas canções.

Dessa forma , pode se afirmar que intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais. E o intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entende que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos.



A interxtualidade na arte

A intertextualidade só faz sentido e, só é percebida, quando o público e/ou audiência a que destinam-se, tem um conhecimento prévio acerca do assunto.
A maioria das crianças não faz idéia da existência da "Capela Cistina". Provalvelmente o desenho animado abaixo por exemplo, foi direcionando a adultos.








UNIDADES 9 e 10 da TP 3



Gêneros e tipos textuais


Um texto possui organização e uma estrutura própria que definem o seu sentido, que lhe permite servir de objeto de comunicação entre dois sujeitos: locutor e interlocutor. Dessa forma, costuma-se dizer que o texto é um todo com significado e com o objetivo de comunicação.
Os textos orais ou escritos se caracterizam segundo a natureza da situação de interação em que são produzidos, suas finalidades, suas funções, constituindo diferentes gêneros. Cada gênero se realiza em seqüências lingüísticas e enunciativas que se concretizam em determinadas opções de organização e estrutura textuais, determinadas seleções léxicas, sintáticas, constituindo diferentes tipos textuais, no interior dos gêneros.
Os principais tipos textuais são:
• descritivos,
• dissertativo,
• narrativo,
• argumentativo,
• expositivo,
• injuntivo.
Cada gênero se realiza em seqüências lingüísticas e enunciativas que se concretizam em determinadas opções de organização e estrutura textuail, determinadas seleções léxicas, sintáticas, constituindo diferentes tipos textuais, no interior dos gêneros.
Assim, cada gênero comporta variações características em sua coesão textual, na coerência entre seus elementos, na impessoalidade, e na utilização de recursos como a conotação e a denotação da linguagem.
Os gêneros textuais são praticamente infinitos, por ser textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico.
Exemplos de gêneros textuais:
• carta,
• bilhete,
• aula,
• conferência,
• e-mail,
• artigos,
• entrevistas,
• bilhete,
• bula de remédio,
• lista telefônica
• telefonema,
• cardápio,
• chat,
• instruções técnicas,
• outdoor,
• reportagem,
• reunião,
• inquérito,
• boletim de ocorrência,
• resenha,
• aula virtual,
• resumo,
• biografia,
• relatório,
• edital de concurso,
• piada,
• charge,
• sermão,
• romance,
• horóscopo,
• receita culinária, etc.

Assim sendo, um texto, por exemplo, do gênero carta, pode ser do tipo narrativo, argumentativo, etc. Um romance pode trazer trechos descritivos, embora seja predominantemente narrativo. Numa bula de remédio estão presentes três tipos: argumentativo, descritivo e dissertativo. Numa fábula, esta presente o tipo de texto narrativo e argumentativo, já numa carta, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Desse modo, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Diante do exposto, concluímos que, um tipo de texto pode ocorrer em vários gêneros.
Assim como, equivale dizer que o conhecimento e o domínio dos diferentes tipos de gêneros textuais, por parte do aluno, não apenas o preparam para eventuais praticas lingüísticas, mas também amplia sua compreensão da realidade que o cerca abrindo seus horizontes em relação `a sua situação de cidadão.
O ensino da produção de texto sob a perspectiva dos gêneros Leva `a redefinição do papel do professor de produção de textos, que deixa de ser visto como o professor distante da realidade testou do aluno e passa a ser percebido como um especialista nas diferentes modalides textuais, orais e escrita, de uso social. Assim como, equivale dizer que o conhecimento e o domínio dos diferentes tipos de gêneros textuais, por parte do aluno, não apenas o preparam para eventuais praticas lingüísticas, mas também amplia sua compreensão da realidade que o cerca abrindo seus horizontes em relação `a sua situação de cidadão.
Com essa proposta, o espaço da sala de aula se transforma numa verdadeira oficina de textos, o que viabiliza e concretização e a realização de projetos e pela adoção de estratégias como a elaboração de um jornal por exemplo.

UNIDADE - 1 da TP 1 ---- Variação lingüística



A diversidade cultural, social e histórica advindas da ação do homem, que como ser pensante, constrói e reconstrói, de acordo com suas necessidades, a sua própria história, geram a linguagem, assim como suas renovações, alterações e seus significados, que ao ser firmada, possibilita ao homem, situar-se no grupo em que vive, utilizando-se de variadas formas de falar, para comunicar-se com seus pares.

A Língua Portuguesa, sobretudo no Brasil, é dotada de uma variação sem tamanho, uma vez que a língua é um fato social e o falante, portanto, tem autonomia no uso da língua. A variação lingüística do português brasileiro deve-se a uma porção de fatores externos à língua, como: a classe social e cultura, a região, a época, a idade, o sexo entre outros, formando uma enorme diversidade nacional. O individuo apresenta essas características no uso da língua, de forma natural, segundo sua experiência e cultura e, ainda, segundo o meio no qual está inserido.
É inegável as diferenças que existem dentro de uma mesma comunidade de fala. A partir de um ponto qualquer vão se assinalando diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da mesma forma se constata diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, profissão, grupos com os quais convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar como modelador à fala de alguém uma vez que variam no espaço (variação diatópica), no tempo (variação diacrônica) e no indivíduo.
“a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações. (...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em Uma política do idioma)



Segundo CAMACHO (1988) existem múltiplos fatores originando as variações, as quais recebem diferentes denominações. Como:

• Dialetos – variações faladas por comunidades geograficamente definidas.

• Socioletos – variações faladas por comunidades socialmente definidas. É a linguagem padrão estandardizada em função da comunicação pública e da educação.

• Idioletos – é uma variação particular, isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões.
• Etnoletos – variação para um grupo étnico.

• Ecoletos – um idioleto adotado por uma casa.

A língua é, então, um feixe de variedades, isto é, um conjunto heterogêneo de modos de falar, associados aos diferentes grupos sociais que formam uma comunidade lingüística. Do modo de vista estritamente lingüístico, todos esses modos de falar, todas essas variedades, atendem perfeitamente às necessidades de comunicação e interação de seus falantes. (Alfabetização e Linguagem, Fascículo 5, pág. 12 a 14).


Apesar de ser um fenômeno natural e comum as diversas línguas, muitas dessas variedades lingüísticas, especialmente as de menor prestigio social, são alvo de preconceito. Isso se deve, sobretudo, ao valor social atribuído aos diferentes modos de falar. “Uma variedade lingüística “vale” o que “valem” na sociedade os seus falantes, isto e, vale como reflexo do poder e a autoridade que eles t”em nas relações econômicas e sociais”. (Alfabetização e Linguagem, Fascículo 5, pág. 12 a 14).

A escola deve, portanto, cuidar para que não reproduza também, em seu interior, esse tipo de preconceito. Deve assumir como parte de um objetivo maior, sempre voltado para o respeito às diferenças, o compromisso em combater a discriminação lingüística. Para isso, precisa compreender que não existe uma única forma “certa” de falar e que a questão não `e falar certo ou falar errado, mas falar de modo adequado nas diferentes situações comunicativas, de acordo com os assuntos tratados com os interlocutores a quem se dirige e com os objetivos a que se propõe.
Alem de reconhecer e considerar os conhecimentos que o aluno possui sobre a língua, e apartir daí oferecer a ele, oportunidades para que se utilize das formas prestigiadas da lingua, nas situações de comunicação de forma oral, formal e publica, como em entrevistas, debates, dramatizações, etc. Levando-o com isso, a construir um repertorio de recurso lingüístico que lhe permita aprimorar o controle sobre a própria produção oral e escrita e conseqüentemente ampliar sua competência discursiva e perceber que há uma variante ou dialeto de prestigio, que todos têm que aprender, pois é através desta que se tem acesso a bens culturais mais valorizados.
Com esse enfoque, o trabalho com a língua deve abandonar a oposição entre certo e errado e buscar outro paradigma, o de adequado e inadequado, já que determinado uso da língua pode ser inadequado numa situação e adequado em outra.

O ensino da língua leva ao resgate da função social do conhecimento, tornando – o significativo para os alunos que passam a compreender o mundo e a transformá-lo.
(SILVA, p. 31)